Catedral de Arequipa |
Arequipa é
conhecida como La Ciudad Blanca. Branca,
pela pedra sillar, de origem vulcânica,
que dá cor e forma a seu conjunto arquitetônico colonial. Poderia ser também La
Ciudad de los Volcanes. São três os
vulcões que contornam a cidade: o Pichu Pichu, o Chachani e o majestoso e ativo
Misti. É terra natal do escritor Mario Vargas Llosa e dos pintores Teodoro e
Alejandro Núñez Ureta.
Desde que
cheguei ao Peru, sempre ouvi falar bem de Arequipa, de suas paisagens, das construções
de sillar com fachadas minuciosamente
esculpidas, do Vale do Colca e da saborosa cozinha regional. Gostei da cidade e a considero, depois de Cusco, um dos destinos de viagem
mais bonitos do Peru.
Passamos três
noites em Arequipa em meados de outubro de 2013, tempo suficiente para conhecer
com calma os principais pontos turísticos e, principalmente, para andar meio
sem rumo pela cidade, observando sua gente, admirando igrejas e prédios históricos, descobrindo
algo novo em cada caminhada.
Depois de
vários meses de céu nublado em Lima, a primeira sensação boa foi ver céu azul e
sentir o sol queimar a pele. Situada no vale das montanhas desérticas da
Cordilheira do Andes, a cerca de mil quilômetros ao sul de Lima, Arequipa é ensolarada e seca a maior parte do ano. Em meados de outubro, a
temperatura pode variar até uns 10°C durante o dia, fazendo um calorzinho
gostoso ao meio-dia e um friozinho à noite, na casa de 13 °C. Está localizada a 2.350 metros acima do nível do mar.
Vulcões ao redor da cidade |
Prático é se hospedar perto da Praça de Armas. Bagagem
acomodada no hotel, caminhamos em direção à praça. O cenário é bonito: o sol
refletindo nas pedras brancas de sillar
dos edifícios ao redor da praça, a catedral com suas altas torres e, ao fundo,
os vulcões com os picos ainda nevados. Para completar, o movimento de centro de
cidade na hora do almoço. Não há paisagem melhor para entusiasmar quem acaba de
chegar.
Praça de Armas |
Uma parada para o almoço. Os restaurantes da praça
são bem turísticos e grande parte deles tem varanda no alto, com vista para a
praça. Há boas opções de restaurante em Arequipa e nos agradou os pratos que
comemos por lá.
A cozinha
tradicional de Arequipa é uma das mais conhecidas no Peru. São famosos o rocoto relleno (tipo de pimentão
vermelho picante, recheado com carne), o queso
helado (sorvete cremoso de leite, coco e canela), o chupe de camarones (ensopado de camarões de rio e legumes), o solterito arequipeño (salada com queijo
fresco, azeitonas, cebola e habas - um tipo de feijão verde).
Muito
apreciado também é o cuy, considerado
uma iguaria no Peru. Cuy é o
porquinho-da-índia. Geralmente é servido inteiro, prensado, aberto, com a pele
bem crocante. É o cuy chactado, como
dizem os arequipenhos. Foi em Arequipa que provei o prato pela primeira vez, em
uma picantería turística (restaurante
típico). A carne é bem suave e macia, mas
um pouco gordurosa.
Conhecendo Arequipa – Um passeio por Arequipa deve começar pela Praça
de Armas, onde fica a imponente catedral construída de pedra sillar. A catedral é símbolo de Arequipa com suas altas torres
renascentistas. Vale a pena uma visita guiada ao interior e ao museu da
catedral.
Catedral à noite |
Imprescindível
ir ao Monastério de Santa Catalina,
o monumento mais visitado da cidade. Inaugurado em 1580, o convento ocupa uma área
20 mil metros quadrados e possui uma distribuição parecida com a dos primeiros
bairros de Arequipa, com ruelas, jardins, pátios coloridos, cemitério e os
aposentos das monjas, alguns com mobiliário da época, além de uma pinacoteca. A
visita guiada dura em torno de uma hora e, depois, o visitante pode circular
livremente pelo convento.
Um dos pátios do Mosteiro de Santa Catalina |
Mosteiro de Santa Catalina |
Outros
lugares imperdíveis são: Complexo e
Igreja da Companhia de Jesus, Complexo e Igreja de São Francisco, Convento de
Santa Teresa, bairro San Lázaro.
Complexo de São Francisco |
Múmia Juanita - Interessante também uma visita ao Museu
Santuários Andinos que exibe a Múmia Juanita - o corpo congelado de uma
adolescente inca sacrificada em ritual de oferenda aos deuses, há cerca de 500
anos. A múmia foi encontrada em 1995 no topo do vulcão Ampato (a 6.312 metros),
a temperatura de 20 ° C negativos.
Juanita é
considerada a múmia mais bem preservada encontrada em território do império
inca. O corpo não passou por processo de embalsamento e a baixa temperatura das
montanhas tratou de conservá-lo intacto. A múmia é conservada em um congelador
de vidro e exposta no museu de maio a dezembro. De janeiro a abril, passa por
um período de preservação. O museu exibe
também utensílios usados durante o sacrifício da menina inca.
Arredores de Arequipa - A cerca de 10 quilômetros ao sul de Arequipa
está o Moinho de Sabandia. Ônibus turísticos que saem da Praça de Armas fazem
vários tipos de passeios, entre eles, o circuito turístico conhecido por Campiña Tour que inclui a visita ao
moinho, à Mansão do Fundador e outros pontos turísticos.
Igreja de Yanahuara |
Outra opção,
a que preferimos, é fazer o passeio de táxi. Os hotéis geralmente trabalham com
motoristas que fazem o tour. Para quem está com criança, é mais prático e
personalizado. Compramos um passeio de 4 horas até Sabandia com as seguintes
paradas: Mirador de Yanahuara, Mirador de Carmen Alto (Vale de Chilina), Outlet
Incalpaca, Distrito de Sachaca, Mansão do Fundador e Moinhos de Sabandia.
Mansão do Fundador |
Moinhos de Sabandia |
Plantações no vale de Arequipa |
Há agências de viagem que
fazem passeio de um dia ao Vale do Colca
(a cerca de 3 mil metros acima do nível do mar). A viagem dura em média 4 horas
para percorrer 160 quilômetros. Não fomos lá. O Vale do Colca, seus cânions e
povoados merecem uma outra viagem, com mais calma, às alturas andinas.
Cafés e restaurantes em calçadão próximo à catedral |
Cerveja comemorativa aos 473 anos de Arequipa |
Quero conhecer Arequipa.
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