Mistura é a grande feira gastronômica do Peru, considerada uma das mais
importantes das Américas. É a festa de celebração da culinária peruana, em sua
diversidade de sabores, ingredientes e tradições. Reúne de chefes famosos a
pequenos agricultores e atrai milhares de pessoas – em 2013 foram cerca de 350
mil visitantes.
O festival gastronômico ocorre na primeira quinzena de setembro. Ano passado, em sua sexta edição, a feira foi realizada em frente ao mar, no bairro Magdalena del Mar. São centenas de
barracas com comidas típicas, representando as várias regiões do Peru. Há ainda
palestras de chefes renomados, que mostram técnicas e tendências da
gastronomia. Em 2013, participaram da Mistura os chefs brasileiros Alex Atala e
Thiago Castaño (Belém do Pará), o chef francês Alain Ducasse, o chocolateiro
belga Dominique Persoone (de Bruges) e muitos outros.
A feira é dividida por especialidades, chamadas “mundos”. Os mundos
foram dedicados aos pães, chocolate, quinoa, café, ceviche, sanduíches,
bebidas, brasas (churrasco), anticuchos (espetinhos), à culinária oriental, à
cozinha de Lima e das regiões norte, sul, da Amazônia e dos Andes peruanos,
além do Gran Mercado.
Mundo dos Pães |
Visitando a Mistura- Fui à Mistura em 2012 e 2013. A feira é grande, não dá para ver nem
provar tudo em um só dia. Ano passado, fui pela manhã porque o movimento é menor. A feira
abria às 11 horas. Chego por volta das 11h30 e os pavilhões já estão cheios e as
filas começam a se formar diante dos quiosques. É incrível observar o caráter
popular da festa – são jovens, adultos, famílias inteiras, ricos e pobres. O
reconhecimento da Mistura como um dos grandes eventos gastronômicos mundiais é
motivo de muito orgulho para os peruanos.
Chegando à feira, vou direto ao Gran Mercado, ao qual dedico a maior parte do tempo. O
Gran Mercado é um pavilhão com cerca de 500 expositores. É uma espécie de
mosaico dos produtos agrícolas e artesanais da costa, serra e selva peruanos.
Gosto de conversar com os produtores, degustar novos produtos, apreciar o que
trazem de bom para a feira.
Passeando pelos vários estandes do mercado, chama a atenção as
frutas da Amazônia, o licor de coca, o café de quinoa - tostado como o café. Tem cheirinho de café, sinta,
diz a vendedora.
De maneira alegre e simpática, os expositores convidam o visitante a
provar e conhecer seu produto. Experimento chocolates, biscoitos, pães,
azeitonas, queijos, frutas e vários sabores de King Kong, doce típico peruano
da região de Lambayeque.
As bancas de batata são um atrativo. São centenas de tipos de batatas
nativas, de várias cores, formatos, tamanhos e sabores.
Descascar esta batata não deve ser nada fácil |
Uma agricultora de
Huánuco, dona Clementina, oferece-me uns pedacinhos de batata jilguerito, cozida. Muito saborosa. Não
resisto e levo um quilo da batata andina, que guardo em uma mochila que levei
para as comprinhas. As batatas me acompanham no restante da feira, pesando cada
vez mais.
![]() |
Produtores de batata de Huánuco, na serra peruana |
Mais uma volta em outros pavilhões, já está quase na hora do almoço e as
filas estão aumentando diante das barracas de comidas. Vejo o estande de um
restaurante oriental conhecido, quase vazio ainda. Escolho uns makis acevichados.
Circulo mais um pouco, vejo o Mundo
Sureño Arequipeño, com seus deliciosos rocotos
rellenos de Arequipa, o concorrido Mundo
das Brasas e seus cordeiros e leitões assados em fogo de chão. São tantas
as opções, difícil é escolher. Mas minha
opção é pela comida amazônica do Àmaz – filé de pirarucu com caju, cogumelos
frescos, acompanhado de arroz com coco (por 13 soles a porção - cerca de 10 reais). De sobremesa, um
sorvete de aguaje, em outro quiosque
da Amazônia.
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