Mar e deserto na Reserva Nacional de Paracas (Fotos: Eduardo P. Ferreira) |
Quem mora em Lima, mais cedo ou mais tarde, acaba
reclamando dos longos meses nublados, do céu cinzento cor panza de burro. De maio a outubro, o sol aparece pouco.
Os dias são frios, úmidos, com neblina ou garoa. Chega uma hora em que dá muita
vontade de ver céu azul e o jeito é buscar um lugar mais quente e ensolarado, com paisagem bonita.
E não precisa ir muito longe, não. A cerca de 40 quilômetros de Lima estão Cieneguilla, Chosica e Chaclacayo, onde há hotéis, restaurantes campestres, pousadas, clubes para passar o dia ou final de semana. Se está disposto a andar um pouco mais, uma opção é Ica (La Ciudad del Eterno Sol), 300 km ao sul de Lima.
E não precisa ir muito longe, não. A cerca de 40 quilômetros de Lima estão Cieneguilla, Chosica e Chaclacayo, onde há hotéis, restaurantes campestres, pousadas, clubes para passar o dia ou final de semana. Se está disposto a andar um pouco mais, uma opção é Ica (La Ciudad del Eterno Sol), 300 km ao sul de Lima.
Pesquisando lugar para ficar em Ica, acabei me
deparando com o hotel Viñas Queirolo e decidimos ir até lá. O sobrenome Queirolo
é conhecido por aqui. É marca de um dos vinhos e piscos peruanos mais vendidos,
produzidos pela Bodega Santiago Queirolo. Também dá nome à Antigua Taberna
Queirolo, bar tradicional e histórico, no bairro limenho Pueblo Libre.
Para chegar ao hotel, são cerca de três horas e meia
pela rodovia Panamericana Sur, tendo sorte
de não pegar muito trânsito na saída de Lima. Há ainda trechos de trânsito
lento dentro de cidades, em Chincha e Ica. O site do hotel fornece um mapa de
como chegar lá, mas é quase inevitável não se perder um pouco nos arredores de
Ica.
Vinhedos - Relaciono região de vinhedo à paisagem
bucólica. Mas nem sempre é assim. Ica está em região árida, de deserto. Ao
redor do hotel, a paisagem é triste, de infraestrutura precária. E qual não é
minha surpresa ao ver que o hotel e suas centenas de hectares de vinhedo são
totalmente cercados por muros altos. Por
motivo de segurança, diz uma funcionária do hotel.
Hotel Viñas Queirolo |
Chegamos antes do horário de check-in, mas um funcionário nos conduz gentilmente ao quarto. A
diária inclui drinque de boas-vindas, tour pelos vinhedos e ao mirador das
vinhas, além de degustação de vinhos e piscos, acompanhados pela sommelier da vinícola. O hotel dispõe de bicicletas
para passeio nos vinhedos - no inverno, as videiras estão quase sem folhas e
parte delas já foi podada.
Videiras podadas, no vale de Ica, ao pé da Cordilheira dos Andes |
Ânforas de barro, conhecidas como tinajas, outrora usadas para armazenar pisco |
Oásis e
deserto – Boa escolha passar apenas o fim de semana no Viñas
Queirolo. Mas se optar por uma estada maior, há locais próximos para conhecer,
como o oásis de Huacachina e Paracas.
Oásis de Huacachina |
O oásis, a 17 km do hotel, está cercado de dunas, ideais
para passeios de buggy e sandboard.
Perto do oásis, há locais para contratar passeio de buggy e alugar pranchas de sandboard. É uma atividade divertida
para adultos e crianças.
Mais adiante, cerca de 80 km, está a Reserva Nacional de Paracas - área protegida, considerada Patrimônio da Humanidade, com
rico ecossistema, mar, deserto, ilhas, museu e sítios arqueológicos. A partir
da baía de Paracas, chega-se de barco às Ilhas Ballestas, famosa pelo Candelabro,
figura de grande dimensão (com cerca de 150 m x 50 m), gravada em rocha.
El Carmen e sapateado - Na volta a
Lima, sugiro uma parada na histórica Hacienda San José, em Chincha, para
almoçar ou visitar o local. O casarão do século XVII foi restaurado e
transformado em hotel. Há restaurante típico, museu, catacumbas, capela,
piscina e área verde. A fazenda é Patrimônio Cultural do Peru.
A Hacienda San José está no distrito de El Carmen,
conhecido pelos cajoneros, sapateadores
e músicos da família Ballumbrosio. Fizemos uma parada rápida na praça central
de El Carmen. Vilazinha pacata, com posto de informação turística fechado, numa
sexta-feira à tarde.
Somos cercados por um grupo de meninos. Tio, tia, me dá um dinheiro. Vamos dançar um
sapateado para vocês. Concordamos em ver o tal sapateado. Os meninos pisam
forte no chão, levantam poeira, batem palma. Com um pouco mais de
treino, poderiam até empolgar o turista. Uma sugestão para quem cuida da
cultura do pequeno município...
Nenhum comentário:
Postar um comentário